O forte temporal que atingiu a cidade de Petrópolis, na Região Serrana, levou as autoridades locais a declararem estado de “alerta extremo” nesta quarta-feira (17). A Defesa Civil emitiu mensagens de aviso de risco de inundações e deslizamentos para os celulares da população, além de acionar sirenes em diversos pontos do município.
O nível de alerta acionado é o quarto mais grave em uma escala de cinco. O secretário de Proteção e Defesa Civil, Guilherme Moraes, afirmou que o monitoramento da situação teve início ainda de madrugada, por volta das 5h, quando a condição climática se deteriorou rapidamente.
Em determinadas regiões, o volume de chuva ultrapassou 60 milímetros em apenas uma hora. No bairro Independência, esse índice chegou a 84,99 mm no mesmo período. Nas últimas 24 horas, os acumulados de chuva no município atingiram 150 mm, conforme dados da Defesa Civil.
Devido às ruas alagadas, a prefeitura chegou a interromper a circulação de ônibus no primeiro distrito, onde se localiza o centro urbano e histórico de Petrópolis. A liberação do transporte público ocorreu antes das 10h. Além disso, a Defesa Civil orientou os estabelecimentos comerciais do Centro Histórico a permanecerem fechados. Guilherme Moraes enfatizou: “Também orientamos o comércio do centro histórico a permanecer fechado, visando proteger toda a sociedade”.
As aulas nas escolas municipais foram suspensas. A prefeitura disponibilizou 13 pontos de apoio para acolher os moradores de áreas consideradas de risco, incluindo regiões como Quitandinha, 24 de Maio, Vila Felipe, São Sebastião e Alto Independência. Parte desses locais foi instalada em escolas que tiveram suas atividades interrompidas.
A previsão para as próximas horas continua preocupante. A Defesa Civil alertou para um cenário de céu encoberto, com previsão de chuvas moderadas a fortes, reforçando as orientações básicas para os residentes na cidade: evitar áreas interditadas, não atravessar trechos alagados, ficar atento a sinais de deslizamento e, em caso de emergência, acionar o 199.
O alerta em Petrópolis ganha uma importância ainda maior devido ao histórico da cidade, que está localizada em uma área suscetível a deslizamentos e já foi palco de tragédias em períodos de chuvas intensas. Em 2011, o município foi devastado por uma catástrofe que resultou em cerca de mil mortes na Região Serrana. Em 2022, novas tempestades causaram quase 200 óbitos.
Na capital, o Centro de Operações e Resiliência classificou a cidade do Rio de Janeiro no estágio operacional 2, em uma escala que vai até 5. A descrição alertou para “risco de ocorrências de alto impacto na cidade”. Na Zona Oeste, em Campo Grande, passageiros ficaram retidos dentro de um ônibus devido às enchentes e precisaram ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Nas redes sociais, foram compartilhados vídeos de áreas alagadas no Complexo do Alemão, na Zona Norte.
No interior do estado, Angra dos Reis também está em alerta. A Defesa Civil municipal informou que continua em estado de atenção após registrar 158 mm de chuva em 24 horas no bairro Serra D’Água, além de ventos fortes com rajadas de até 77 km/h. A prefeitura relatou transbordamento do Rio Ariró na manhã desta quarta-feira.
O governo estadual ativou o Comitê de Chuvas e colocou as secretarias e forças de segurança em alerta. O Cemaden-RJ previu céu nublado a encoberto, com risco de chuvas moderadas a fortes, podendo se intensificar em pontos isolados. O risco hidrológico foi considerado alto em Angra dos Reis, Mangaratiba, Resende, Itatiaia, Itaguaí, capital e Petrópolis, enquanto o risco de deslizamentos é alto em Petrópolis e Resende.