Home EmpreendedorismoAção policial investiga empresa de telemarketing por venda de pedidos de orações em Niterói

Ação policial investiga empresa de telemarketing por venda de pedidos de orações em Niterói

por Amanda Clark

A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou hoje a Operação Blasfêmia, com o objetivo de desarticular uma quadrilha que se passava por pastor para extorquir fiéis em troca de “orações” e “milagres”. O esquema operava por meio de uma central de telemarketing localizada no Centro de Niterói e está sendo alvo de mandados de busca e apreensão em uma ação conjunta com o Ministério Público.

De acordo com as investigações da 76ª DP (Niterói), os atendentes, recrutados por anúncios em plataformas online, eram instruídos a se passar pelo líder religioso em atendimentos via WhatsApp, utilizando áudios pré-gravados para prometer curas em troca de transferências via Pix. O valor das cobranças variava entre R$ 20 e R$ 1,5 mil, dependendo do “tipo de oração” solicitada.

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, manifestou sua indignação com a situação, destacando a importância da ação da Polícia Civil para coibir crimes que se aproveitam da fé das pessoas.

Os crimes investigados incluem estelionato, charlatanismo, curandeirismo, associação criminosa, falsa identidade, delitos contra a economia popular, corrupção de menores e lavagem de dinheiro. Para movimentar o dinheiro arrecadado, o grupo utilizava uma rede de contas em nome de terceiros, dificultando a identificação dos responsáveis. Além disso, eram estabelecidas metas semanais e oferecidas comissões; aqueles que não alcançavam o mínimo exigido eram dispensados.

A investigação teve início em fevereiro, quando 42 pessoas foram flagradas atuando no call center e foram apreendidos 52 celulares, 6 notebooks e 149 chips pré-pagos. O material apreendido revelou milhares de vítimas em todo o país, e a análise financeira identificou movimentações superiores a R$ 3 milhões em dois anos.

Com base nas evidências, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas dos investigados e de empresas associadas a eles. Nesta primeira fase, o suposto pastor e outros 22 envolvidos foram denunciados, e o líder do grupo foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica como medida cautelar. As investigações estão em andamento para identificar novas vítimas e possíveis cúmplices do esquema.

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